20 de janeiro de 2017

19 ANOS DE SUCESSO

A Stand Show hoje completa mais 1 ano de dedicação, sucesso e comprometimento com o seu cliente. Hoje 20 de Janeiro de 2017, a Stand Show celebra seu 19º aniversário, foram dezenove anos de trabalho duro e árduo para melhor atender seus clientes. 

E melhor do que palavras algo que mostre o quão apaixonante é esse trabalho.


Faço parte desse universo louco de eventos a pouco tempo, e a cada dia é um novo aprendizado, tenho orgulho de fazer parte desse time.

Stand Show 
Arquitetura e design em estandes


10 de abril de 2016

O GRANDE JARDIM DE BURLE MARX PARA O THEATRO JOSÉ DE ALENCAR

O ICÔNICO THEATRO JOSÉ DE ALENCAR

(Pesquisa realizada para a disciplina de teoria e história do paisagismo - prof.: Itamar Frota)

O Theatro José de Alencar é um teatro brasileiro, localizado na cidade de Fortaleza, no Ceará. É referência artística, turística e arquitetônica no país, além de ser tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional. Enquanto teatro-monumento, conta com seleta programação cênica e diversificada pauta de atividades sócio-culturais e artísticas. Além disso, por meio das construções e equipamentos anexos, é considerado um grande espaço aglutinador de pesquisa, formação, produção e difusão artística.

Entrada do Theatro José de Alencar, eclética onde predomina o neoclássico.
Fachada icônica com vitrais coloridos e estrutura em ferro funfido
Foi inaugurado oficialmente em 17 de junho de 1910. Apresenta arquitetura eclética e sala de espetáculo em estilo art nouveau de três andares que comporta 800 lugares. O complexo do Theatro conta ainda com auditório de 120 lugares, foyers, espaço cênico a céu aberto e o prédio anexo, com 2 600 metros quadrados, que sedia seu Centro de Artes Cênicas (CENA), além do Teatro Morro do Ouro; a praça Mestre Pedro Boca Rica, com palco ao ar livre de capacidade para 600 pessoas; a Biblioteca Carlos Câmara; a Galeria Ramos Cotôco, quatro salas de estudos e ensaios; oficinas de cenotécnica, de figurino e de iluminação; o Colégio de Dança do Ceará e o Colégio de Direção Teatral do Instituto Dragão do Mar; a Orquestra de Câmara Eleazar de Carvalho; o Curso Princípios Básicos de Teatro e o grande jardim projetado por Burle Marx.

O GRANDE JARDIM DE BURLE MARX PARA O THEATRO JOSÉ DE ALENCAR


No início do século XX o Capitão Bernardo José de Mello ao fazer o projeto arquitetônico do Theatro José de Alencar imaginou um teatro-jardim. A inauguração do teatro aconteceu em 17 de junho de 1910, mas, o jardim só veio a ser construído 65 anos depois da festa de inauguração, na reforma que durou de 1974 a abril de 1975.

O grande jardim do Theatro José de Alencar foi feito por Roberto Burle Marx que é um renomado arquiteto-paisagista brasileiro reconhecido internacionalmente, falecido em 4 de julho de 1994 aos 84 anos. Seus principais projetos encontram-se no Rio de Janeiro, embora possa ser encontrados ao redor de todo o mundo. Esse é um dos projeto de grande visibilidade de Roberto Burle Marx, pelo seu caráter de uso coletivo, trata-se dos jardins laterais anexo ao Theatro José de Alencar, um primeiro projeto executado em 1973 e o atual, projeto de 1990, por ocasião da restauração do teatro. 

O jardim do teatro ocupou todo o espaço vizinho ao teatro, pelo lado leste, onde estava o prédio que inicialmente abrigou o Quartel de Cavalaria e em seguida o Centro de Saúde. O local abriga um busto de Delmiro Gouveia, considerado o precursor da industrialização na Região Nordeste do Brasil. Este jardim constitui um espaço diferenciado na estrutura fundiária do entorno, contribuindo ainda para realçar a elevação lateral do edifício histórico tombado pelo IPHAN em 1964. O jardim cumpre importante ligação entre o pátio interno do teatro – que separa o foyer e a sala de espetáculos – e o ambiente urbano. Além da sombra criada pela vegetação arbustiva, um dos elementos de maior interesse é o muro posterior totalmente tomado por trepadeiras servindo de cenário para um pequeno palco para apresentações artísticas externas.

No primeiro projeto, havia um equilibrado jogo de linhas retas, paralelas e oblíquas, ligadas por arcos de circunferência, criando uma sensação de planos superpostos onde se definem canteiros, áreas pavimentadas, elementos aquáticos e mobiliário.

Inclusive, possuía um grande espelho d’água, com uma fonte luminosa. Conforme a publicação “Roberto Burle Marx e o Theatro José de Alencar”, lançada durante o XXV Simpósio Nacional de História 2009, esse jardim teve vida curta motivada, principalmente, por causa de sua extensa fonte. “Como esse equipamento, dependente de sistemas hidráulico e elétrico para bombeamento e iluminação, era acionado muito esporadicamente, cada vez que era preciso usa-lo, havia necessidade de serviço de manutenção. Nesse sentido, os custos para manter o jardim estavam além dos recursos disponíveis.” Sendo assim o jardim chegou a uma condição de completo abandono no final da década de 1980.

Já o segundo projeto, diverge inteiramente do primeiro: é um jardim intrinsecamente utilitário, onde se predomina espécies vegetais nativas da região Nordeste, e ali podemos admirar diversos tipos de árvores como: Carnaúbas, Oitis centenários, Palmeiras (menina-dos-olhos de Burle Marx), Pau-ferro, Jasmim, Pau-Brasil e Jucá.

Como não podia faltar uma área para apresentações culturais para a população Fortalezense, em vez da ampla fonte e seu espetáculo de água e luz, tem-se um grande pátio com piso em recorte ortogonal, onde possuem tijolos cerâmicos vermelhos e ladrilho hidráulico, com discretos detalhes em granito cinza. O pátio passou a receber uma série de eventos. O palco jardim – muito utilizado nos dias atuais – “é protegido” por uma grande cascata de tumbérgia de mais de 12 metros de altura. A sua capacidade atual é de 600 pessoas ao ar livre para assistir espetáculos neste espaço. Antigamente o jardim era aberto para a usualidade da polução, hoje esse espaço é cercado por grades para sua própria preservação. A grande cascata de tumbérgia (maior cascata verde em jardim público do Brasil), um dos símbolos do jardim, é desta época. No entanto, alguns oitis ainda persistem desde o tempo em que ali funcionava o antigo Quartel da Cavalaria, demolido para dar lugar ao jardim.


Jardim 2ª versão

Jardim 2ª versão
Em meados dos anos 70, o artista foi contratado pelo poder municipal para desenvolver dois grandes projetos para a cidade. Eles iriam comtemplar as avenidas Aguanambi, Leste-Oeste e José Bastos. Mas as obras nunca foram efetivadas.

CURIOSIDADES

  • O livro Roberto Burle Marx e o Theatro José de Alencar se trata de uma reedição patrocinada pelo Prêmio Literário para o Autor Cearense “Otacílio Azevedo”, de 2010, que tem sua venda revertida para a manutenção dos jardins do Theatro José de Alencar.
  •  Muitos não sabem, mas Burle Marx fez muitos projetos na cidade de Fortaleza, como:
1968 – Residência Benedito Dias Macedo.
1972 – Avenida Aguanambi; Posto de abastecimento Petrobras.
1973 – Avenida Leste-Oeste e José Bastos; Anteprojeto para a sede da Prefeitura Municipal de Fortaleza; Theatro José de Alencar (1ª versão).
1975 – Ministério da Fazenda (Receita Federal); Hotel Colonial.
1978 – Sede do J. Macedo.
1980 – Residência José Carlos e Denise Pontes.
1984 – Sede do Banco do Nordeste do Brasil (Passaré). 
1985 – Edifício Portal da Enseada.
1988 – Centro Empresarial Clóvis Rolim; Residência Pio Rodrigues Neto
1990 – Theatro José de Alencar (2ª versão).

BIBLIOGRAFIA








25 de março de 2016

Saiba quais tributos arquitetos e escritórios devem pagar


O Brasil tem, atualmente, 15.373 empresas de arquitetura e urbanismo ativas, segundo registro do Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Brasil (CAU/BR). Dessas, 13.181 são micro e pequenas empresas - o que equivale a 86%.

Para funcionar legalmente, esses escritórios devem estar em dia com vários impostos e contribuições. Para isso, a ajuda de um profissional da área de contabilidade é essencial e evita problemas com o fluxo de caixa.

Vale lembrar que o arquiteto e urbanista autônomo, mesmo enfrentando menos burocracia, também têm que pagar tributos.

Veja abaixo quais são e como ocorre o recolhimento desses tributos, de acordo com cada caso.


Escritórios maiores:


Estão enquadradas nesse caso as empresas que tiverem faturamento bruto anual acima de 3,6 milhões de reais.

Os impostos são pagos com base no Lucro Real:

Imposto de Renda Pessoa Jurídica (IRPJ) e Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) - apurados anualmente ou trimestralmente, tendo como base o Lucro Líquido contábil, ajustado pelas adições, exclusões e compensações permitidas ou autorizadas pelo Regulamento do Imposto de Renda; Contribuição para o Programa de Integração Social (PIS) e Contribuição Social sobre o Faturamento (Cofins) - apurados mensalmente sobre o faturamento; e Imposto sobre Serviços (ISS), da esfera municipal.

Além disso, devem pagar encargos sociais como Instituto Nacional de Seguro Social (INSS) e Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS).


Micro e pequenos escritórios:


O teto da receita bruta anual é de até 360 mil reais para microempresas e de até 3,6 milhões de reais para empresas de pequeno porte.

Para esse grupo, há duas opções de tributação: o Lucro Presumido e o Supersimples.


Lucro Presumido


O montante a ser tributado é determinado com base na receita bruta, através da aplicação de alíquotas variáveis em função da atividade geradora da receita.

Os impostos recolhidos são: PIS e Cofins - que devem ser apurados mensalmente sobre o faturamento; o IRPJ e a CSLL - trimestralmente sobre o faturamento; e o ISS, com alíquota em conformidade com cada estado.

Também há o pagamento de INSS e FGTS sobre folha de pagamento, caso haja funcionários.


Supersimples


Desde janeiro de 2015, 140 categorias do setor de serviços passaram a ser beneficiadas pelo Supersimples – entre elas, a de arquitetura e urbanismo.

O Supersimples, ou Simples Nacional, é um regime tributário diferenciado que implica o recolhimento mensal, mediante documento único de arrecadação, dos seguintes tributos: IRPJ; CSLL; Cofins; PIS; IPI; INSS; ICMS e ISS.


Importante!


Apesar da simplificação da burocracia oferecida pelo Supersimples, é importante avaliar qual dos regimes será mais vantajoso para cada empresa de arquitetura e urbanismo levando em conta a receita e o número de funcionários. 

Isso porque a categoria está enquadrada na tabela 6 do Supersimples - que define alíquotas de imposto incidente em função da receita de 16,93% a 22,45%. Nesse caso, quanto mais empregados uma empresa tiver, mais chances ela terá de reduzir sua carga tributária.

O CAU/BR alerta que não há nenhum benefício tributário para os escritórios com receita bruta anual de até 900 mil reais que optam pelo Simples Nacional, salvo se possuam funcionários. Veja tabela que compara a tributação dos dois regimes. 

Outra forma de comparar essas diferenças é por meio de uma calculadora criada pelo Sebrae. Confira aqui.


Profissionais autônomos:


Os arquitetos e urbanistas autônomos utilizam o Recibo de Pagamento Autônomo (RPA). O documento é emitido pelo contratante do serviço prestado pelo profissional pessoa física e que não esteja regido pelo sistema de Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT).

O autônomo pode prestar serviços para mais de um contratante (empresa ou pessoa física). Além disso, ele mesmo pode contratar outros profissionais autônomos utilizando o RPA.

Os tributos incidentes sobre o RPA são o Imposto de Renda, o INSS e o ISS.

Publicada originalmente em ARCOweb em 18 de Maio de 2015

21 de março de 2016

Entrevista com Alejandro Aravena

Entrevista exclusiva com Alejandro Aravena, Prêmio Pritzker 2016



Pela primeira vez o Prêmio Pritzker de Arquitetura foi concedido a um arquiteto chileno. Um país de 17,4 milhões de habitantes que há vários anos vem se destacando pela qualidade do trabalho de seus arquitetos. Como apontava há alguns meses um artigo do Los Angeles Times, a arquitetura chilena começou a exercer uma ampla influência em outros arquitetos ao redor do mundo através de uma série de obras pontuais, apresentando um uso impecável dos materiais e uma sensibilidade notável para com o entorno.

Alejandro Aravena é também o terceiro laureado da América do Sul, juntando a ninguém menos que Oscar Niemeyer (1988) e Paulo Mendes da Rocha (2006). Aravena é também o curador da Bienal de Veneza deste ano, que tem como tema "Reporting from the Front".

Assista, acima, à entrevista exclusiva que realizamos com o mais recente laureado do Prêmio Pritzker de Arquitetura.

por Equipo Editorial
Fonte: Archdaily

18 de março de 2016

Ecoeficiência

CASAS COM PROPOSTAS BIOCLIMÁTICAS

ESTRATÉGIAS PASSIVAS DE VENTILAÇÃO E ILUMINAÇÃO NATURAIS, PAINÉIS SOLARES PARA AQUECIMENTO DE ÁGUA E COBERTURAS VERDES ESTÃO ENTRE OS RECURSOS UTILIZADOS PELOS ARQUITETOS PARA ATENDER À CRESCENTE DEMANDA POR CASAS QUE OFEREÇAM CONFORTO DURANTE TODO O ANO, COM EFICIÊNCIA ENERGÉTICA E REDUÇÃO NO CONSUMO DE ÁGUA.


Utilizar elementos da natureza, como a luz solar e o vento, para criar edificações mais confortáveis e menos dispendiosas é um conceito que vem sendo disseminado em projetos de construções residenciais. Alguns escritórios de arquitetura têm apresentado esse caminho para clientes que, a princípio, querem apenas uma casa que economize água e energia, sem saber, entretanto, quais os meios para atingir um bom grau de eficiência energética. Reúso de água e aquecimento por energia solar são as soluções mais conhecidas, mas o projeto de arquitetura pode extrair muito mais daquilo que a natureza oferece, através da orientação do imóvel no terreno, posicionamento das aberturas, sistemas de ventilação cruzada e coberturas verdes, entre outras propostas.

A demanda por casas com soluções bioclimáticas tem aumentado nos últimos anos, segundo a arquiteta Patrícia Santos, que começou a perceber essa mudança há cerca de dois anos. Ela é sócia no escritório Ares Arquitetura, de Belo Horizonte, criado em 2010 por um grupo de arquitetos pesquisadores em arquitetura bioclimática, da Universidade Federal de Minas Gerais, com foco em projetos sustentáveis, que aproveitem os recursos naturais para a construção e promovam a gestão de resíduos da obra.

“Os clientes se encantam quando explicamos o partido do projeto em cima de condições bem fundamentadas e embasadas. Eles costumam comprar a ideia e se interessam bastante pela conceituação. A estratégia bioclimática acaba por valorizar o trabalho do arquiteto”, diz Patrícia. “Acredito que a mobilização de órgãos públicos, instituições e a própria companha pela racionalização de recursos naturais têm despertado essa preocupação nas pessoas de forma geral”, completa.
Paredes e laje em concreto estruturam espaços e amplas aberturas na casa F+M, projetada por Flávio Castro (Foto: Nelson Kon)
E para aquele que pensam que uma residência bioclimática representa gastar mais, o arquiteto Flávio Castro dá seu recado: “Algumas estratégias de projeto podem render excelentes resultados, sem gerar custos adicionais”. 

Desde 2009, Castro vem se dedicando a projetos bioclimáticos em seu escritório, o FCStudio, em São Paulo. “A orientação da casa é importante para que seja eficiente energeticamente. O sol da tarde incide na face norte (hemisfério sul da Terra), o que deve ser levado em conta na distribuição dos espaços. Além disso, aberturas nas fachadas e teto permitem que a luz natural invada o espaço interno e que não seja necessária a iluminação artificial durante o dia”, explica ele.

Outra ideia que vem sendo aplicada por Castro é o sistema de ventilação cruzada, que propicia movimentação de ar dentro da residência, resfriando o espaço e dispensando o ar-condicionado. “Assim, não se agride o meio ambiente nem se tem o custo das máquinas”, diz. Insolação controlada pela orientação da casa, temperatura interna agradável proporcionada pela ventilação cruzada, películas protetoras nos vidros e paisagismo que ameniza a incidência solar direta fazem parte dos recursos utilizados em suas propostas. Árvores plantadas em pontos estratégicos do lote, para que sirvam de barreira contra o sol, também constituem opção.

Até mesmo soluções que podem inicialmente aumentar o custo de construção vêm sendo adotadas, pois o investimento é recuperado em médio ou longo prazo. É o caso dos painéis coletores que absorvem a energia solar e a convertem em calor, aquecendo a água de chuveiros e torneiras. Nesse caso, o gasto adicional na obra é recuperado entre 24 e 36 meses, segundo Castro. Quanto aos painéis fotovoltaicos para produção de energia elétrica a partir da energia solar, o retorno se dá em cerca de dez anos, de acordo com Patrícia. “No entanto, novas tecnologias têm aparecido no mercado e o investimento inicial tem barateado a cada ano, aumentando, assim, a viabilidade de implementação desse sistema”, ela afirma.

CASA PLANALTO

Um exemplo de obra de Castro é o projeto da casa Planalto, uma residência com 600 metros quadrados de área construída, na zona sul de São Paulo. Partindo de dois grandes volumes, em balanços direcionados para as fachadas frontal e posterior, foi possível apoiar um prisma de concreto em poucos pontos, gerando um intervalo entre o térreo e o pavimento superior, que garante a iluminação e ventilação naturais de alguns espaços. Um prisma retangular perpendicular ao alinhamento da rua abriga os setores íntimos, no pavimento superior, ocupando apenas metade do terreno e liberando a outra porção para lazer e paisagismo. Servindo de apoio estrutural e concentrado apenas no térreo, outro prisma retangular, de proporções distintas, recebe os ambientes de serviço e sociais. A circulação vertical é o único ponto de contato entre eles.

Além de ser um solário de descanso, a cobertura do corpo térreo é composta por um deque elevado e pedras soltas, solução que colabora com o resfriamento da área abaixo, destinada ao lazer. Iluminação e ventilação naturais também são favorecidas por aberturas nas fachadas e teto. A luz entra por grandes portas corrediças da fachada lateral direita e por amplas aberturas, sombreadas por brises verticais pivotantes de aço corten, que controlam a incidência solar direta, garantindo economia no uso de energia elétrica.

O conforto termoacústico é proporcionado pela cobertura plana, impermeabilizada com manta térmica e proteção mecânica. Ao mesmo tempo em que resfria a área imediatamente abaixo, cria uma camada espessa de argila que protege a cobertura do pavimento superior de ruídos externos. Em alguns pontos do projeto, como o home theater, as paredes em alvenaria receberam proteção acústica interna para que ocorresse a correta reverberação do som.

A residência possui estrutura modular e simétrica em relação à modulação dos pilares metálicos. Assim, os cálculos estruturais e a execução foram facilitados pela adoção da mesma solução na quase totalidade do projeto, segundo Castro. Pilares e lajes maciças de concreto foram construídos no local por mão-de-obra especializada e a estrutura metálica foi trazida pronta e apenas instalada. “São técnicas e materiais disponíveis no mercado e que não apresentam grandes especificidades”, diz ele. 

REDUÇÃO DE CUSTOS

Para Patrícia, o uso de recursos naturais a favor da idealização de projeto não onera o custo de uma construção, uma vez que não se trata de uma ação durante a execução, e sim de uma estratégia. Ao adotá-la, o projetista acaba por dar a ela prioridade em detrimento de outras ou associá-la a propostas como vista, programa, forma etc. “Cabe ao profissional pesquisar, avaliar e de fato implementar diretrizes climáticas durante a concepção do projeto. Ferramentas como carta solar, temperatura, direção dominante do vento, estudo de sombreamento do entorno são algumas entre as utilizadas pelo autor para um bom projeto bioclimático”, observa Patrícia.

Para a arquiteta, o uso de estratégias bioclimáticas minimiza os custos com operação e manutenção. Uma edificação projetada com preocupações quanto a inserção climática demanda menor uso de métodos de condicionamento, como ventiladores, ar-condicionado, sistema de aquecimento, e consequentemente consome menos energia. “Além disso”, diz ela, “quando um projeto utiliza materiais regionais, por exemplo, apresenta durabilidade maior e requer menor manutenção. O mesmo acontece quando o paisagismo é adequado ao clima, com espécies nativas que consomem menos e têm menor custo com irrigação e manutenção.”

O estudo de um projeto bioclimático deve considerar aspectos locais para a construção de suas estratégias. “Um projeto desenvolvido para Belo Horizonte, por exemplo, tem características e estratégias bem diferentes daquelas adotadas em Belém”, diz Patrícia, acrescentando que, “para climas tropicais, um dos elementos mais relevantes é uma implantação que permita o uso de ventilação passiva e sombreamento”. Também é importante o uso de venezianas, beirais, varandas, pergolados, vegetação integrada e aberturas em fachadas opostas, a fim de favorecer esses objetivos.

CASA EM ALDEIA DA CACHOEIRA DAS PEDRAS

Um dos projetos do escritório Ares que expressa os conceitos apontados por Patrícia Santos foi desenvolvido para uma casa no condomínio Aldeia da Cachoeira das Pedras, em Brumadinho, MG. Trata-se de uma residência com cinco suítes e área de lazer integrada ao ambiente social, conforme desejo dos proprietários, a ser implantada de acordo com a insolação local e as condições de privacidade e programa proposto, utilizando estratégias passivas de ventilação e iluminação natural, além de outros recursos sustentáveis.

“O projeto propõe o uso de materiais alternativos, extraídos do próprio local, como galhos e troncos de árvores, sendo a maioria delas preservada e retiradas aquelas de menor porte e estritamente necessárias para a viabilidade da edificação”, explica Patrícia. Até mesmo o movimento de terra foi planejado, para que fosse o menor possível, compensado pelo manejo na implantação. Foi prevista também área de deque suspenso, para facilitar a manutenção da casa de máquinas e a minimização dos impactos no terreno.

O curso de água lindeiro ao terreno foi preservado, para proteger a mata nativa e manter a privacidade dos moradores. O uso de cores claras vai evitar desconforto por calor no verão e paredes espessas combaterão o frio característico do inverno na região. Materiais locais, telhas ecológicas e madeira de demolição juntam-se aos outros recursos a serem aplicados, como coletores solares para aquecimento de água; captação e armazenamento de água de chuva; paisagismo estruturado para a preservação do ecossistema; vedações translúcidas, orientadas de modo a promover o aquecimento passivo adequado durante os meses de inverno.
A casa de 250 metros quadrados ocupará terreno de mil metros quadrados. O projeto foi elaborado em 2013 pelos arquitetos Patrícia Santos, Ana Carolina Veloso, Paula Rocha, Caio Sabido e Guilherme Brandão, do escritório Ares Arquitetura. 

RETROFIT SUSTENTÁVEL

Em São Paulo, o arquiteto Rafael Loschiavo, do escritório Ecoeficientes, especializado em construção sustentável, executou o projeto de retrofit de uma residência no Jardim Europa, integrando conceitos bioclimáticos. Ele conta que entre os principais desafios estava a utilização de materiais e acabamentos que resultassem em uma valorização do imóvel para venda e permitissem que os futuros moradores economizassem energia e água durante a vida útil da moradia.

Para isso, a estrutura principal existente foi mantida, sendo preservadas a fundação, pilares, vigas e lajes em estrutura de tijolo e cimento padrão. Para ampliação da casa foram utilizadas estrutura metálica e laje de concreto pré-fabricada, o que reduziu o tempo da obra: apenas um mês para toda a estrutura. “Consequentemente, o gasto com mão de obra também diminuiu, juntamente com os resíduos e os desperdícios”, comenta Loschiavo.

Grandes aberturas foram calculadas para garantir iluminação natural adequada durante o dia e ventilação cruzada, que dispensa o uso de ar-condicionado. O antigo telhado com estrutura de madeira e telhas cerâmicas foi retirado e doado para os próprios funcionários da obra, dando lugar a uma cobertura verde. Usando mão de obra convencional, orientada por Loschiavo, o telhado verde foi construído com uma laje de concreto, em inclinação de 1,5% para escoar a água da chuva, através de um ralo, impermeabilizada com manta asfáltica, sobre a qual se aplica a cobertura de concreto. Depois vêm uma camada de argila expandida, manta Bidim e sobre esta o substrato e placas de grama esmeralda.

“Esse modelo de cobertura apresenta muitas vantagens”, diz Loschiavo. “A terra e a grama colaboram para manter a temperatura interna amena devido à sua baixa inércia térmica. Diferente das lajes impermeabilizadas e das telhas convencionais, a cobertura verde demora para esquentar com o sol, e com isso ajuda a resfriar o ambiente no verão e aquecê-lo no inverno.”

Outra função do telhado verde é captar a água da chuva, que vai para um reservatório - localizado estrategicamente no térreo da construção para economizar na estrutura, já que se encontra apoiado no solo. Essa água é utilizada para irrigar a horta, jardins e a parede verde que reveste a fachada principal, produzida com placas feitas de embalagens de caixas de leite recicladas e prensadas, além de um feltro de poliéster fabricado a partir de garrafas PET. A água da chuva também é usada nos dois vasos sanitários da casa. Com uma torneira é possível acessar a água da cisterna diretamente para outras atividades, como a limpeza do piso.

Texto de Cida Paiva | Publicada originalmente em Finestra na Edição 96

17 de março de 2016

Casa Ecológica

A casa ecológica é um projeto arquitetônico, criado por Felipe Gil que tenta respeitar ao máximo a natureza. A casa é suspensa do solo que faz com que seja preservado o terreno natural e assim é formado um colchão de ar embaixo da casa que mantém o piso mais fresco. A casa possui pouco cimento e seus tijolos não foram queimados, algo que evita a emissão de gases do efeito estufa. A estrutura da casa é toda feita com postes de alta tensão e as madeiras usadas nos portais da casa foram usadas para sustentar os trilhos de trem, e no lugar de telhas usa-se plantas, o telhado verde ajuda no conforto térmico da casa e também funciona como filtro para fazer a captação de água da chuva. Os restos de tijolos são usados para dá pigmentos no rejunte da parede, a aguá usada na obra foi captada da chuva em um lago onde fará parte do paisagismo. A obra não gera lixo pois tudo foi pensado, calculado para que tudo fosse usado na obra.

No blog do Felipe Gil você poderá acompanhar outros projetos











*Créditos nas imagens

Fortaleza 2040 | O Centro com olhos abertos para o mar

Projeto Fortaleza 2040
Sim, os planos são importantes. Eles definem uma cidade, um estado, um país. Muitos gestores se tornaram referência por terem bancado planos que se tornaram âncoras do desenvolvimento social e econômico vindouro. É o caso do Plano de Metas de Juscelino Kubitschek, na década de 1950. É o caso do Plameg de Virgílio Távora que, até hoje, é o norte do processo de industrialização do Ceará.

Na última conversa que mantive com o prefeito Roberto Cláudio, sugeri que o mais importante legado de seus quatro anos será um plano. No caso, o Projeto Fortaleza 2040. Trata-se de um conjunto de propostas de curto, médio e longo prazos com foco no desenvolvimento da cidade. Uma das vertentes, claro é o plano urbanístico da cidade, área coordenada pelo arquiteto Fausto Nilo.

O Projeto Fortaleza 2040 ainda não é conhecido. Está em elaboração. Nota-se o cuidado dos técnicos envolvidos para não antecipar as linhas que serão adotadas. É razoável que assim seja. Afinal, uma simples menção de um conceito assimilado pelo projeto poder gerar especulações, incluindo as imobiliárias.

Um plano, se bem elaborado e bem assimilado pela sociedade, se torna um patrimônio que vai além do querer dos gestores de plantão. Assim, ganha consistência prática, longevidade e perpassa as diversas administrações. Seu mérito é, aliado ao conjunto de regras urbanas, estabelecer um desenho integrado da cidade.

As últimas edições do O POVO conseguiram mostrar uma importante linha a ser prevista no âmbito do Fortaleza 2040. O fato veio à tona pela fala de Eudoro Santana, coordenador geral do Plano. É animador saber que a cidade estabelecerá que o entorno da tombada José Avelino vai ser designada como área turística e cultural, considerando um misto de estruturas de lazer, hoteleiras, comerciais, administrativas e residenciais.

O resultado é pra logo? Talvez não. Mas, o plano define as fronteiras e os critérios de ocupação da área. Na sequência, a iniciativa privada será provocada a investir. Como é usual, instrumentos legais na política urbana já em vigor servirão de estímulo para os investidores montarem seus negócios.

Mas, hoje funciona ali e adjacências um vigoroso comércio de tecidos. São centenas de pessoas envolvidas em uma dinâmica atividade econômica. Pois é. A cidade não está em condições de perder o dinheiro que circula ali. Porém, trata-se de uma atividade completamente inadequada naquela área com tanto valor histórico e urbano para a cidade.

O Fortaleza 2040 certamente vai considerar a importância daquele tipo de comércio para a cidade. Para tanto, já se sabe que a área localizada no eixo Centro-Jacareganga será definida para abrigar o comércio atacadista de confecções. Parece bastante razoável. E que isso ocorra dentro de padrões adequados, que não permitam a degradação hoje registrada no entorno da José Avelino.

O eixo Beira-Mar, Praia de Iracema e Centro é fundamental para qualquer ideia de desenvolvimento de Fortaleza. O Dragão já foi um equipamento de integração urbana. Outros são necessários. O conjunto urbano em torno da José Avelino também precisa ter essa função.

Um sonho urbanístico de Fortaleza é abrir os olhos do Centro para o mar, integrando-o à Praia de Iracema e à Beira-Mar. A cidade não pode cometer novos erros, como o que levou o Centro de Eventos para longe daquela área. Portanto, a importância do Plano também está nisso: impedir que outras esferas da administração façam bobagens na Capital.

Fonte: jornal O POVO

Aulas de modelagem 3D e desenhos

AULAS DE AUTOCAD, MODELAGEM 3D, CORELDRAW, DESENHO TÉCNICO E A MÃO LIVRE 


Se você é estudante de arquitetura e urbanismo ou designer de interiores e precisa de aulas de reforço/particular ou deseja aprender técnicas de desenhos, modelagem 3D com SketchUp + render e mora em Fortaleza, e ainda aprender tudo isso no conforto da sua casa, ou em um lugar de sua preferência e por um preço acessível, estou aqui para compartilhar meus conhecimentos com você.

Como o próprio título da postagem sugere, as aulas serão de Autocad 2D, SketchUp, CorelDRAW e desenhos. Caso esteja interessado basta apenas me enviar um e-mail (caixa de e-mail ao lado) que tirarei suas dúvidas e darei mais informações. 

Sou Cyntia Raquel, estudante do 7º período do curso de arquitetura e urbanismo no Centro Universitário Estácio do Ceará.


13 de março de 2015

Frei Otto leva o Pritzker, prêmio máximo da arquitetura, em 2015

Frei Otto é o grande vencedor do Pritzker, prêmio máximo da arquitetura, em 2015. O resultado do prêmio foi divulgado um dia após a sua morte.


Shigeru Ban leva o Pritzker em 2014
Toyo Ito é o ganhador do Pritzker 2013; veja seus principais projetos

A cerimônia de entrega será realizada no mês de maio, em Boston, Estados Unidos. Na ocasião, um membro da família de Frei Otto - que tinha 89 anos - receberá um medalhão de bronze e um prêmio de 100 mil dólares.

O arquiteto alemão, que vivia em Stuttgart, foi informado dias antes de sua morte que era o vencedor do prêmio.

Ele é considerado o principal expoente da arquitetura com membranas e tensoestruturas. Sua obra mais conhecida é o conjunto de edifícios que abrigaram os Jogos Olímpicos de Munique (1972).

Entre os brasileiros que já receberam o Pritzker - premiação criada em 1979 pela fundação de mesmo nome - estão Oscar Niemeyer (1988) e Paulo Mendes da Rocha (2006) edição, a comissão julgadora foi liderada pelo lorde Peter Palumbo, tendo Martha Thorne como diretora-executiva, e um júri composto pelos arquitetos Richard Rogers, Alejandro Aravena, Stephen Breyer, Yung Ho Chang, Kristin Feireiss, Glenn Murcutt, Juhani Pallasmaa e Ratan N. Tata.

Publicada originalmente em ARCOweb em 10 de Março de 2015