Introdução
É sabido que a maioria dos arquitetos prefere delegar aos engenheiros a tarefa de resolver o problema estrutural de seus projetos. Os engenheiros por sua vez , sabendo do desinteresse dos arquitetos sobre estruturas procuram impor suas soluções estruturais que na maioria das vezes interferem na arquitetura. O arquiteto como autor do projeto arquitetônico é o maestro do processo construtivo, e é ele que deve coordenar a elaboração dos projetos complementares, principalmente o de estruturas, afinal quando se está projetando a arquitetura também se está projetando a estrutura. Para ser coordenador desse processo o arquiteto tem que ter conhecimentos sobre o funcionamento das estruturas, além de conhecimento sobre instalações prediais e processos construtivos para poder decidir com conhecimento de causa.
O que o arquiteto deve saber sobre estruturas.
Como falado anteriormente, quando se projeta a arquitetura também se projeta a estrutura, logo cabe ao arquiteto ter conhecimento sobre as dimensões dos elementos estruturais, bem como saber fazer a locação dos mesmos, alem de saber escolher qual a melhor solução estrutural. Para fazer a locação dos elementos estruturais é imprescindível saber as dimensões dos mesmos, e como ainda não foi elaborado o calculo estrutural precisamos predimensiona-los de forma coerente, para que esses elementos depois de dimensionados pelo calculista de estrutura não interfira na arquitetura. Como exemplo citamos o caso de um ambiente comercial com dez metros de vão livre e com outro pavimento em cima, que foi projetado com pé direito de três metros e quando foi elaborado o calculo estrutural foi colocada uma viga com oitenta centímetros abaixo da laje, sobrando de pé direito apenas dois metros e vinte, inviabilizando o uso do ambiente. Portanto o conhecimento das seções dos elementos estruturais, pilares, vigas e lajes são necessárias para que o arquiteto desenvolva seu projeto. A seguir apresentaremos resumidamente as principais dimensões dos elementos estruturais:
a) lajes maciças: Ate 4 metros de menor vão= 8 cm de espessura
De 4,10 a 5,00 metros de menor vão= 10 cm de espessura
De 5,10 a 6,00 metros de menor vão= 12 cm de espessura
De 6,10 a 7,00 metros de menor vão= 15 cm de espessura.
Acima de 7,00 metros de menor vão torna-se mais econômico usar lajes nervuradas com espessuras que variam de 16 cm a 30 cm.
b) lajes premoldadas ou treliçadas:
Vãos ate 4,50 metros= 12 cm de espessura
Vãos de 4,60 a 6,00 metros= 16 cm de espessura
Vãos de 6,10 a 7,00 metros= 20 cm de espessura
Vãos de 7,10 a 8,00 metros= 25 cm de espessura
Vãos de 8,10 a 10,00 metros= 30 cm de espessura
c) Vigas em concreto armado:
A largura das vigas será normalmente a espessura da alvenaria (10, 15 ou 20 cm) e a altura será igual ao resultado do vão entre os apoios dividido por 12, exceto no caso de vigas em balanço, caso em que a altura da viga será o resultado do vão do balanço dividido por 6.
d) Pilares em concreto armado:
- Residências até dois pavimentos:
Alvenaria de 020= 20x20
Alvenaria de 010=12x 40
Alvenaria de 015= 15x30
- Edifícios de 05 pavimentos:
Pilares internos=25x 50
Pilares externos=20x40
- Edifícios de 07 pavimentos:
Pilares internos=30x60
Pilares externos=25x50
- Edifícios de 12 pavimentos:
Pilares internos=100x40
Pilares externos=80x30
Conclusão
As dimensões sugeridas anteriormente são básicas já que existem formulas diversas para pré-dimensionamento estrutural que poderão ser estudadas detalhadamente em livros didáticos existentes no mercado e que poderão ser aplicadas em cada caso especifico. È também muito importante o entendimento entre o engenheiro calculista e o arquiteto já na fase de estudo preliminar, pois soluções conjuntas poderão evitar mudanças futuras na concepção da arquitetura.
Visita técnica com alunos de sistemas estruturais.
Davidson Caldeira Rocha é arquiteto, urbanista, calculista de estruturas e construtor. Formado e pós-graduado no Rio de Janeiro, tem escritório em Montes Claros à 25 anos onde elabora projetos arquitetônicos, urbanísticos e complementares e executa obras particulares. É arquiteto concursado da Prefeitura de Montes Claros onde já exerceu cargos de chefia de divisão de engenharia e urbanismo e gerente de programas habitacionais por 16 anos . É professor das disciplinas Sistemas Estruturais e projeto de arquitetura da faculdade Santo Agostinho.
Sobre o Autor Davidson Caldeira Rocha é arquiteto formado na Faculdade de arquitetura Silva e Souza, Rio de Janeiro em 1983. Com escritorio em Montes Claros desde 1984 atua com projetos e obras residenciais e comerciais. Desde de 2005 é professor da faculdade de arquitetura Santo Agostinho.
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